OlhandoaCidade

Mirante do Pédrão

O Rio de Janeiro tem tantos lugares bonitos que desperdiça toneladas deles.

Com tanto morro envolvendo a cidade, o que não deve faltar são vistas lindas e ainda desconhecidas ou inacessíveis. E o carioca normal, especialmente o que é nascido e criado na Zona Sul da cidade, mexe-se muito pouco. Circula ali pela Zona Sul e só vai na Zona Norte para ir ao Maracanã (e agora o Engenhão) e no aeroporto internacional. Não tem o hábito de circular pela cidade futucando os lugares. Também porque é perigoso e se ele não for motociclista, é trabalhoso também. Olhar a cidade de dentro do carro é muito pior, manobrar, parar, “fugir” (kkk) é tudo pior.

Graças a Deus eu sou curioso, motociclista e passei a adolescência de moto e suburbano. Gasolina barata, motinho de 50cc que bebia pouquíssimo, meu barato era xerocar páginas do Guia Rex e sair explorando a cidade, especialmente os morros. Não tinha o tráfico como tem hoje.

Então, desde muito cedo eu frequento ali o morro do Novo Mundo, que fica ali por trás de Botafogo, separando-o de Laranjeiras. É um lugar privilegiado, com uma vista exuberante, mas que é pouco conhecido pelo “carioca normal”, que não passa por ali. As casas, as ruas, são misturadas e um local que podia ser incrívelmente chic, bonito e charmoso, é na verdade um canto meio abandonado e com cara de perigoso. Não há dinheiro no Rio de Janeiro. Fosse em São Paulo eu não tenho dúvidas de que seria um lugar repleto de casas lindas e bem cuidadas. E teríamos restaurantes com vistas espetaculares. O Rio de Janeiro joga fora suas vistas do alto, coloca pistas triplas na beira da praia para afastar os turistas e os hotéis da praia. Vou te contar…

É cultural também, o carioca com dinheiro, que não são muitos mas existem, não colocam seu dinheiro nestes lugares.

É uma tranquilidade só, não passa quase ninguém por ali.

Lembro-me de garoto subir pelo Mundo Novo e descer pela Cardoso Júnior no maior pau, pois nesta época o piso era liso e não a buraqueira que é hoje. Tempo bom.

Hoje fui lá novamente, porque li em algum lugar sobre o Mirante do Pédrão. Isso mesmo, de pedra grande e não de um Pedro grandão. Fiquei curioso e fui lá conferir.

É lindo… em uma curva, em uma estrada deserta que vai subindo o morro até a UPP do Morro Dona Marta, no meio do nada e sem luz, tem uma pedra grande de onde se tem uma vista incrível da Praia de Botafogo. Não é alto como o Mirante Dona Marta, é relativamente baixo, e a vista é realmente sensacional. Vi que de noite colocam mesas e cadeiras sobre esta pedra e tem um trailer lá que serve cervejinha. Será perigoso de noite? Não sei, fui de dia e estava vazio e sem mesas, cervejas ou cadeiras.

A ladeira é puxada, tentei ir outro dia e Vespa com garupa e ela não subiu, faltou força. Mas fui sozinho de cinquentinha e deu de boas. A ladeira é puxada. Não continuei para ver onde vai dar ou quanto de estrada ainda tem até chegar na UPP, ficou para outro dia. Tinham lá algumas pessoas mexendo. em carros, em um clima muito tranquilo e nada perigoso.

Michael Jackson já esteve lá, Madonna e até o Wolverine já estiveram lá. Agora o Olhando a Cidade também esteve.

Subi e desci pela Rua Cardoso Júnior, que é interessante com o seu quartel da PM lá no topo, bem cuidadinho. Ao lado do quartel tem um terreno imenso que está todo cercado, parece que vai rolar uma construção ali. No topo do morro, uma vista incrível. Pois é, não é incrível saber que temos estes locais ali pertinho em Botafogo?

Foi legal conhecer o Mirante do Pédrão, vou criar coragem para ir um dia no final da tarde para ver um pouco da vista noturna do local. Curtam as fotos.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo® - www.motozoo.com.br -, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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