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Campo de Santana
Quando eu nasci, fui morar na Rua do Senado, ali no centro do Rio de Janeiro, bem pertinho da Praça Cruz Vermelha e do Campo de Santana. D. Araci me levava para brincar nestes dois lugares. Tenho fotos da Praça, mas não tenho fotos do Campo de Santana. Lembro-me vagamente de correr atrás das cutias, das imensas sombras. É um parque que mudou muito pouco, fisicamente, nestes últimos 50 anos.
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Já foi sertão da cidade, como o Rossio Grande (Praça Tiradentes). É uma localidade antiga e seu nome vem de 1753, quando foi ali construída uma igreja. Demolida em 1854 para a construção da primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a Estação Dom Pedro II. Em 1941 nova demolição e no seu lugar temos a Estação Central do Brasil.
O grande campo atual, com 155.000 m2, é resultado de uma reforma que acabou em 1880, seguindo projeto do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou.
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Em seus arredores muita coisa importante aconteceu sendo talvez as mais importantes a aclamação de D. Pedro I do Brasil e a Proclamação da República. A casa do Marechal Deodoro da Fonseca está lá até hoje. E ao lado temos também o Palácio do Conde dos Arcos que durante 100 anos foi sede do Senado Brasileiro, o prédio do comando do Exército, a antiga Casa da Moeda, a sede do Corpo de Bombeiros.
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Ano passado eu estava ali por perto e resolvi dar uma caminhada pelo parque. Mesmo com seus problemas, é lindão. Suas ruas são espaçosas, suas árvores e plantas são lindas, as grades e portões são incríveis, suas estátuas muito legais. Tudo meio desperdiçado porque o local hoje em dia é meio fora de tudo. Ali não é uma área residencial e também não é um centro comercial da cidade. O parque me pareceu muito vazio e perigoso, pois tinham muitos cidadãos em condição de precariedade social. Pouco policiamento. Eu, sendo homem, fortão, nascido na área e não sendo otário, não me senti ameaçado, kkkkkk, mas certamente o local parecia ameaçador para as minhas filhas.
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As cutias estavam lá, praticamente o único lugar da cidade onde este animal existe, bem como pavões, patos e outros bichos. Muitos gatinhos.
Muito calmo, silencioso, uma área que no pós pandemia bem que poda ser utilizada para eventos noturnos, como shows, como truck foods, feirinhas. Nunca fui e nunca vi nada acontecer ali, mas vai ver que eu é que sou mal informado. Fecha cedo, as 17hs. Acho um absurdo este horário, mas temos que pensar na segurança. Seria legal se fosse um local de eventos, desde que a cidade resolva seus problemas de segurança não é?
Pesquisando para escrever estas linhas, vi que ele passou por uma reforma de 10 meses e foi uma das primeiras coisas que o “novo” Prefeito Eduardo Paes inaugurou em sua terceira gestão. Vou lá dar um confere. Vá você também e curta este espaço histórico e com muita natureza.
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4 Comentários
Tatiane Alves
Em frente à praça no sentido da rua Buenos Aires tem a Igreja de São Jorge, onde batizei meu filho e onde os devotos do santo guerreiro se reúnem todo dia 23 de abril para saudar o Orixá mais Carioca de todos, Ogum. Resumindo, a praça está muito bem guardada.
Maria Inês Barreto da Costa
Não se esqueça de N.S. da Conceição, ou Oxum, também ali em frente ao Campo de Santana ; )
Tita Aghina
Muito bom você andar por todos nós confinados. Suas lentes de animador e historiador enchem nossos olhos e a nossa alma carioca.
Marcelo Vieira
Mario, mais um passeio que vc faz e nos transmite com humor e prazer. Morando no Rio desde que nasci, há 56 anos, só atravessei o Campo de Santana uma vez. E vc descreve com perfeição, lindo e desperdiçado. Abraço do amigo Galego.