Olhar a Cidade faz bem para a saúde!
Um dos assuntos mais interessantes para mim, e olha que o que não faltam são assuntos que me interessam, é o da percepção da passagem do tempo.
É desafiador, para dizer o mínimo. Alguns físicos chegam a quase inacreditável noção de que o tempo não existe, e que é uma derivação do modo humano de pensar. Como que se a fisiologia humana fosse capaz de criar tempo, ao exigir uma cronologia capaz de dar previsibilidade e assim viabilizar o pensamento e a vida como nós conhecemos. Mas para eles, na verdade o tempo não existe fisicamente.
Eu mesmo, já passei pela experiência de ver passar “a vida toda em 1 segundo”, e descobri que é possível sim ter outras sensações quanto a passagem do tempo. É muito difícil controlar, mas existe este controle e como tudo que é humano, cada indivíduo possui sua percepção, que é incomparável.
É ou não é maluco?
Mas a experiência de percepção do tempo é realmente variável e uma dos problemas que estamos enfrentando no momento, como sociedade, é o da “percepção acelerada do tempo”. Hoje de fato, o tempo não dá para nada, quando no passado os dias pareciam durar mais. Por quê?
Pois saibam que o Olhando a Cidade nasceu depois de estudos sobre esta questão.
Estudos de neurocientistas indicam que quanto mais acontecimentos você fornece ao seu cérebro, mais lentamente a percepção do tempo se torna naquele período. Para frear a percepção acelerada da passagem do tempo, você precisa constantemente exercitar o seu cérebro com sensações e informações novas, que o façam trabalhar na aquisição e posterior processamento destas informações.
Um dia diferente, em que você se coloca em situações novas, olhando coisas novas, registrando novas coisas, que te tira de uma área monótona e repetitiva, faz com que a vida seja mais “saboreada” no sentido de percepção temporal. Ficar em ambientes pouco desafiadores e previsíveis para o seu cérebro, fazem o tempo passar depressa.
Isso é péssimo para a nossa cabeça e é um tiro no home-office. As pessoas devem sair, OLHAR A CIDADE, desafiarem-se a encher a cabeça sempre com coisas atraentes e novas. Como compensação, terão de volta a sensação de tempo mais agradável, uma semana “maior” e dias mais memoráveis.
Como dias de viagem de férias, que sem dúvida são muito maiores do que um dia normal de trabalho.
Assim, deste jeito, começou o Olhando a Cidade. Ao invés de todos os dias ir nos mesmos restaurantes almoçar na hora do trabalho, combinei com o meu amigo Gabriel Eyer de sairmos para andar pela redondeza procurando coisas legais para olhar e comentar. Olhando 360 graus, para os lados, para cima e para baixo. Começamos olhando, observando e depois eu escrevendo. Precisamos fazer mais Gabriel.
Funciona, alivia muito a sensação opressora da percepção acelerada do tempo, os dias ficam mais naturais e parecidos com os dias de nossa adolescência, que pareciam intermináveis porque estávamos em uma fase de plenas, constantes e intermináveis descobertas.
Olhe a Cidade. Exercite sua mente. Não deixe que a monotonia e previsibilidade perturbem a sua vida. Colabore com o Olhando a Cidade.
Um comentário
Maria Inês Barreto da Costa
Uau! Tu tá filosófico, metafísico, sensivel, perceptivo e nostálgico.
Mas falou tudo!