Museu Penitenciário do Estado
Tem tempo que eu passo ali pela Rua Frei Caneca e vejo uma plaquinha indicando o Museu Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro. Como historiador, sempre fico curioso quando se trata de conhecer novos museus, e ficava imaginando o tipo de acervo que este museu teria.
Não fico mais, finalmente entrei e fui lá conhecer.
É um museu pequeno e modesto, bem modesto e pode-se ver que não deve receber muitos recursos. Não deve receber também muitos visitantes, o assunto não parece ser assim muito interessante né?
Parei a moto (tem estacionamento) e fui até a pequena porta, que estava fechada, mas não trancada. Meti a mão e entrei. Uma pequena mesa, com dois folhetos, um livro de presença e nenhuma pessoa para me recepcionar ou dar informações. Invadi assim mesmo, subi a pequena escada e comecei a zanzar pelo museu. Como eu disse acima, é pequeno, é composto de um pequeno auditório, umas 5 salas e mais a biblioteca. Vazio, tive todo o tempo do mundo para ficar lendo e olhando as peças do seu acervo. Houve pouco investimento na elaboração do museu, tudo é muito simples e barato, mas não deixa de ser interessante.
Ele tenta contar a história e tem peças de todos os presídios e casas de detenção históricas do Estado, desde o tempo colonial até os dias de hoje. Os presídios da Ilha Grande, de Niterói, passando é claro pelo Frei Caneca, que é onde está o museu neste momento. É uma instalação nova, inaugurada em 31 de janeiro de 2017.
Agora 17/05/2023 abriu a exposição “Tatuagem na Prisão: o imaginário e o proibido”, que apresenta um monte de “maquininhas de tatuagem” adaptadas, construídas pelos presos com sobras de outros materiais. Muito interessante, uma pena que a foto que eu tirei ficou borrada, quem quiser ver vai ter que ir lá. Mesmo proibidas, as tatuagens continuam sendo feitas desta maneira.
Não é bonito, mas é interessante. Ao final fui atendido por uma Sra. que parecia ser a responsável pelo Museu. Pediu-me desculpas por não poder me dar atenção, disse-me que faltou uma pessoa hoje, disse-me que visitas guiadas podem ser marcadas, perguntou-me se eu precisava de alguma coisa e voltou aos seus afazeres.
O museu é centrado nas questões administrativas e históricas, mantendo-se afastado das questões sociais e de violência que este assunto é cercado. Nem de política se observa. Certamente com mais recursos e investimento, poderia ficar muito mais interessante.
Cliquem aqui para conhecer o site do museu e vejam abaixo as fotos que fiz:
3 Comentários
Maria Inês Barreto da Costa
Caramba! Eu nem imaginava um museu como esse! Cada lugar que você encontra! Mas é muito importante preservar a história. Conhecer o passado pra preparar o futuro. Adorei as fotos, principalmente a que mostra o significado das tatuagens. Muito legal!
WAGNER TADEU LUCIANO DA ROCHA
Gostei muito da sua abordagem, do ponto de vista histórico e jornalístico. Esse museu, dá aos visitantes uma pequena noção da realidade intramuros das casas de custódia e dos presídios.
Fausto Arinos de Almeida Barbuto
Leia mais sobre a história do Febrônio, é interessante e até assustadora. Foi o interno número 0001 do Manicômio Judiciário, onde morreu após viver ali mais de 50 anos. Tem na Wikipedia, vale a pena ler.