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Poveiros!

Pois é meus amigos, várias vezes passei pela Rua do Bispo (“Rua do Bispo, a caminho do mar!”, gritava Lucélia Santos em comercial imobiliário dos anos 80 do século passado, quem lembra desta forçação de barra?), bem, até me perdi… voltando, ao passar pela Rua do Bispo outro dia, reparei na Casa dos Poveiros e fiquei de um dia parar por lá para fotografar. Foi hoje, parei e fotografei.

Tudo parado por lá, o vigia me disse que em dias normais, sem pandemia, naquela hora o local estaria fervendo de gente. Mas o que seria uma casa de poveiros, que o corretor ortográfico cisma de corrigir para coveiros? Pois tive que estudar.

Existem casas de poveiros no Rio e em São Paulo, também em Toronto no Canadá e em Germiston na África do Sul.
Poveiros são os portugueses que são de Póvoa de Varzim, terra de Eça de Queiroz!!!

No norte de Portugal, a meio caminho entre os rios Minho e Douro, é uma localidade com registro de ser habitada há 6 mil anos!! Uma história rica, foi cidade romana, foi conquistada pelos Vikings, disputada na idade média. Uma cidade de construtores navais, navegadores e pescadores. Muito legal a história de Póvoa de Varzim.

A Casa dos Poveiros do Rio de Janeiro, é portanto, uma casa criada em 1930 para acolher e apoiar os poveiros que por aqui vieram bater. Durante a forte imigração portuguesa do início do século passado, criou-se o desejo e necessidade de se fundar um casa onde estes imigrantes poderiam se reunir. Está lá, até hoje, servindo a sua comunidade.

A Casa dos Poveiros não é grande, não é particularmente bonita, mas achei muito interessante a história toda. Espero que vocês gostem.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo® - www.motozoo.com.br -, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

13 Comentários

  • Arcanjo Magaldi

    Mário, o primeiro muro que eu pulei para entrar em baile, a primeira vez que a segurança me pegou, a primeira vez que joguei futebol de salão, etc foi nos Poveiros. Morava perto e estudava no Aplicacão da UERJ. Nossa educação física era feita lá. Um pedaço da minha vida. Abraços

  • Arcanjo Magaldi

    Repare que esse pedaço da cidade é repleto de clubes regionais. Orfeão Portugal na rua Aguiar, Casa das Beiras na Barão de Ubá, Vila da Feira e Terras de Santa Maria na Hadock Lobo, Casa do Porto na Afonso Pena, Casa dos Açores na Melo Matos. Vale a pena pesquisar o motivo. Abraços

  • Marcelo Ebert

    Frequentei muito. Almoços homéricos nos domingos de festa com muita sardinha na brasa, bacalhau (eh claro) e cozidos. Ao final apresentação de ranchos com muito “vira”. Isso tudo rolava na quadra de futebol de salão com temperaturas senegalesas como vc gosta de observar. Bela homenagem me fez lembrar muito de meus avós.

  • Sônia Reese

    Eu não conhecia, mas que bacana para estes imigrantes ter uma casa assim para se reunirem. Eu adoraria ter um local assim por aqui para encontrar brasileiros, ter atividades e cultura do nosso povo. Adorei a matéria Mário.

  • Marcelo Vieira

    Amigo Mario, finalmente um lugar que eu já conhecia. Por acaso joguei futebol de salão nos Poveiros, durante uns 2 anos. Mas não sabia da história. Muito bom. Abraço do amigo Marcelo Galego

  • Maria Inês Barreto da Costa

    Que história! Adorei conhecer! Estudei com um filho de portugueses que frequentavam a casa. Eles se reuniam com os patrícios nos almoços de domingo. A família Vaz Gonçalves Pereira. Eram vizinhos do papai.

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