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Casarão do Barão de São Clemente

Muitos irão perguntar: “Que casarão é este?”. Pois é, tombado em 2014, o palacete que foi do cafeicultor Antônio Clemente Pinto Filho, o Barão de São Clemente, fica aqui pertinho do meu trabalho, na Rua Marquês de Abrantes 55. Um endereço tradicional, porque desde os anos de 1920 ele faz parte do Colégio Metodista Bennett. Foi construído em 1859.

A entrada do colégio.

Aliás, com muita tristeza, o colégio fechou no último dia 17 de dezembro, vítima destes novos tempos, perdendo alunos, com alta inadiplência, não resistiu. Muitos não vem resistindo.

O palacete já está bem detonado.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; (…) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar.” Citando o texto bíblico dos Eclesiastes, a mantenedora comunicou aos pais e professores do Colégio Metodista Bennet o seu fechamento. Fundado em 1888, foram 133 anos. Dá pena. Cheguei a ir lá conhecer pois meu sócio estudou lá e pretendia colocar seu filho para estudar lá também. Acabou mudando de idéia e fez bem.

É um terrenão enorme. Tem a faculdade em um prédio anexo, que tem tempo que já tinha sido transformada em Univeritas. Tenho amigos que se formaram no Bennett.

Dizem que outra escola irá assumir as instalações do colégio. Já imagino uma destas escolas novas que fazem parte de grandes grupos financeiros que agora resolveram investir em ganhar ainda mais dinheiro com educação. Aos alunos foi indicado o colégio Pense, do Grupo Eleva, um dos que andam mais agressivos nesta montagem de rede de colégios.

O anexo onde eram as cavalariças do Barão, também tombadas.

Hoje fui lá fotografar, tudo muito bonito, tudo muito parado, tudo muito abandonado. Uma pena

As árvores também estão tombadas.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo® - www.motozoo.com.br -, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

6 Comentários

  • Rosa Amaral

    Muito triste vermos patrimônios tão imponentes sendo degradados com o descaso dos proprietários e dos governos.
    Nossa história se deteriorando como a humanidade.😪

  • Maria Inês Barreto da Costa

    A história de hoje foi bem triste. Tomara que esse lindo prédio seja restaurado e bem cuidado pela próxima administração. Assim, na próxima vez que você for lá fotografar, só nos conte boas notícias, de como o prédio voltou à sua beleza original.

  • Paulo

    Triste ver uma história de tantos anos sendo encerrada assim. Minha mãe estudou no Bennett quando era criança. Desde sempre ouço as histórias de lá. Em uma das minhas visitas aí na produtora aí do Flamengo eu dei um pulo e fotografei o portão pra mostrar pra ela. Ainda estava funcionando.

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