Praça Afonso Vizeu
Hoje de manhã fui cedinho levar D. Araci para dar um passeio. Graças a Deus ela agora está se recuperando rápido, de maneira que achei que ela gostaria de dar uma passeada. Não deve ser fácil ficar deitada em casa dias inteiros durante a semana.
Estava um dia lindo. Tive uma previsão de chuva desde o sábado, que só veio cair agora domingo de noite. Tem bastante tempo que a previsão de tempo não erra assim, eles tem acertado na mosca.
A idéia básica era passear na floresta, sem nenhum lugar específico em mente. Não quero que mamãe fique perto de pessoas, uma COVID-19 é a última coisa que ela precisaria em sua recuperação não é? E, como está de cadeira de rodas, teria que ter uma superfície boa de empurrar. Tudo estufado no carro, toquei a subir o Alto e as 8 horas estava eu estacionando na pracinha do Alto, a Praça Afonso Vizeu. Tinha uma vaga ótima, a praça vazia, não inventei, parei ali mesmo.
Afonso Vizeu foi um gaúcho de Pelotas que veio ao Rio de Janeiro muito pobre e jovem, com apenas 13 anos. Começando em empregos modestos ele depois progrediu, tornando-se um grande comerciante de tecidos na cidade.
Foi filantropo e presidente da Associação Comercial. Tornou-se amigo de conhecidos e influentes políticos, como Epitácio Pessoa. Até hoje a família Vizeu tem remanescentes morando no Alto da Boa Vista e na Tijuca.
O antigo Largo da Boa Vista, seu nome original, foi inaugurado em 11 de outubro de 1903, e tinha um coreto, que hoje não existe mais. No seu lugar temos o chafariz de Grandjean de Montigny.
Este chafariz originalmente estava na Praça 11, e foi transferido para o Alto nos anos de 1940.
Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny foi um arquiteto integrante da Missão Artística Francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 1816. Teve uma grande importância no desenvolvimento da arquitetura no Brasil e deu aulas na Academia Imperial de Belas Artes por mais de 20 anos!
Hoje também fotografei a Fonte Inglesa, do leão, que fica em frente ao bar. Já tinha visto ela lá outras vezes, mas nunca tinha prestado atenção. A fonte foi fabricada em uma fundição inglesa : A . Handside e Co. 1ª / Derby e London de 1884. A data da instalação na praça é desconhecida.
Eu adoro ir lá no restaurante, seja para comer, ou apenas beber uns chopes. É sempre mais fresquinho lá em cima, e calmo.
Em anos pré-pandemia, no mês de maio rola o encontro de motos antigas do Rio de Janeiro, quando a pracinha lota de amigos.
Foi bem legal, deu tudo certo. D. Araci passeou, sentiu o cheiro do mato, até comeu um pedacinho de pastel. E eu pude olhar a cidade.
Um comentário
Rosa Amaral
Que bom aprendermos sobre a nossa história através de um historiador apaixonado pelo conhecimento!
Nunca fui à essa praça e me senti passeando com vocês.