
O Leão Branco!
Meus amigos, desde que comecei a zanzar sozinho pela cidade, eu comecei a passar pelo Alto da Boa Vista. Com minha adolescência suburbana, o Alto era um dos caminhos preferidos para ir a Praia na Barra da Tijuca. Estava sempre subindo e descendo o Alto. Ganhei minha primeira motinho com apenas 14 anos, minha Yamaha RD 50tinha, e passei a andar ainda mais. Era uma época na qual ainda se podia inclusive correr nas curvas da Subida e Descida do Alto, hoje é uma vergonhosa buraqueira em toda a sua extensão, é quase impossível acelerar qualquer coisa por lá.

Nunca reparei na estátua de um leão de mármore branco que fica no caminho, até minha querida filha Júlia memorizar o bicho. Minha ex-sogra morava na Tijuca, nós já morávamos na Barra da Tijuca e passávamos o tempo todo pelo Alto. Minha ex-esposa vivia inventando motivos para ir na casa da mãe, o que deu até briga. Eu era um homem muito menos lapidado na época, hoje eu jamais brigaria por isso, e peço aqui desculpas com uns quase 30 anos de atraso, era só vontade de estar com a mãe.
Pois então, a Juju decorou o caminho e ficava esperando o Leão Branco, prestando atenção, para gritar sempre que passávamos por ele: “Leão Branco!!” Bem pequenininha, adorava ver o Leão Branco.
Até hoje, nunca tinha parado ali. Não tem uma entrada para o carro naquele exato local, apesar de bem espaçoso. A entrada é um pouco mais a frente. Também não tem nada, além de uma bela vista, um belo gramado, um monte de despachos de macumba e algumas ruínas.

Chegando perto pude ver que é uma escultura, feita em 1906, do artista francês François Auguste Hippolyte Peyrol. Peyrol “realizou diversas esculturas em mármore, segundo os padrões neoclássicos, para a Praça Paris, na Glória/RJ, sob encomenda do prefeito Pereira Passos, em 1929. A escultura no Parque da Catacumba, com influência do padrão neoclássico, representa a figura de um homem em luta com um tigre, com uma intensa expressão de força e movimento. Articula um universo de imagens relacionadas aos códigos clássicos e tradicionais da escultura.” Diz aqui. tem portanto 119 anos.

É em tamanho natural, não está em muito bom estado e parece que já recebeu alguns reparos. O local é bonito e o Leão Branco fica li, no sol, na chuva, olhando tudo e todos que passam pelo local.
Taí Júlia, este é o seu Leão Branco.





Um comentário
Idamaris
Tinham lembranças, sentimentos, para além do leão, a serem olhados. O Olhando a Cidade de hoje está diferente. Olhando para dentro.